sábado, setembro 23, 2006

Auto da Bola do Inferno

Gil Vicente, o autor da corte, não o bobo da corte Clube de Futebol, deve estar maravilhado, como figura controversa que certamente era, com tão muy grande homenagem, do clube que diz ser da sua terra. É verdade que existiu pelo menos um Gil Vicente quinhentista de Barcelos; mas não está provado que se trate da mesma pessoa genial, que com exímios dotes de escritor mordaz de costumes, não poupou nenhuma categoria social do seu tempo – uma espécie de Gato Fedorento, mas com mais piada, mofa e escárnio – além de que, com muito mais maroteira e velhacada…

Ora, como que saído das páginas de um dos seus famosos Autos, surge nos nossos dias o “circo” hilariante de personagens a que se convencionou chamar “O Caso Mateus”, tendo como actor principal, em muy boa hora, um sandeu castiço, dito Presidente do Clube de Barcelos.
Só por si, este figurão já merece uma peça escrita só para ele e a sua bizarria – um monólogo que seja rico em figuras de estilo e palavreado caro, só para o ver declamado no seu estilo gaguejante e cómico, para gáudio da plebe.
Mas os outros intervenientes deste “Auto”, não lhe ficam muito atrás em comedicidade e sandice… enfim um clássico vicentino.

Onde quer que o grande Gil Vicente (homem) esteja, aposto que está divertidíssimo com mais esta tragicomédia do Futebol Português…

quinta-feira, setembro 14, 2006

Para Fora Cai Dentro

Sendo eu praticamente um matarruano suburbano, recentemente regressado de uma das maiores metrópoles multiculturais da Europa, dei comigo a pensar, surpreso, como Lisboa está cheia de estrangeiros (que não turistas)!
Chineses, Paquistaneses, Brasileiros, Africanos, Eslavos - para apenas nomear os mais visíveis e fáceis de identificar.
Até à bem pouco tempo, se queríamos ver um estrangeiro exótico - sem contar com os ciganos e os Madeirenses - tínhamos que ir a Badajoz; ou então até ao aeroporto.
Agora, graças à imigração recente, por um lado, é bem mais fácil arranjar empregadas de limpeza, e por outro, desarranjar os sucos gástricos com os seus comes, e principalmente, com os bebes; mas não faz mal, temos quem limpe.

Gosto de estrangeiros. Ainda mais de estrangiras.
Afinal, nós iniciámos o multiculturalismo e a miscigenação.

Agora, num apontamento completamente diverso e não relacionado, mas que envolve estrangeiros, ia eu na rua quando deparo com a seguinte curiosa inscrição, numa viatura: "De Cai, picha!"
O "!" invertido não deixa dúvidas, e a matricula do carro também não - é espanhol.
Intrigado, resolvi fazer uma pequena investigação; eis o resultado apurado, após laboriosa pesquisa de dois ou três cliques: De Cai picha, significa De Cádiz, homem - homem aqui é um eufemismo.
Pois, com o mesmo salero afirmo: De Portugal, caral*o.