terça-feira, dezembro 30, 2008

2009

Digam "Olé" a 2009 (Ano Chinês do Boi) e adeus a 2008... ano miserável do Rato, para a Selecção de Futebol, que perdeu e empatou mais do que ganhou;

ano da Guitarra, para mim, que comecei finalmente a aprender a tocar esse instrumento, e do Galo, para o indivíduo que levou com ela na testa... ou melhor, na crista.

Vamos pois, cheios de incerteza, enfrentar o novo ano de cernelha, tentando evitar ser colhidos pelos cornos da crise "nova" e "velha"...
Será uma pega difícil, dizem os aficionados destas faenas. O bicho é corpulento e vem com ferro da mais tradicional ganançaría nacional.

Eu, que nem sou grande amigo das festas bravas, até gostava de ver uma boa lide, com alguns dos animais que se passeiam pelas melhores praças, financeiras e políticas, deste país, e vê-los serem corridos com alguns ferros bem farpados na garupa.

Que 2009 vos seja favorável!

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Manoel de Oliveira, 1 Século de Existência

"A morte não me assusta.
O que me assusta é a vida.
Porque tem a inveja, tem o mal."


Manoel d' Oliveira, Pioneiro do Cinema, 1 século de existência


Manoel, tal como o Rei, em boa grafia do início do século em que nasceu, o XX, faz jus às centenárias árvores que apadrinham o seu sobrenome. O Realizador, ainda e sempre em actividade, celebra hoje 100 anos de vida – mas o mais notável é celebrá-los com uma notável robustez e uma invejável lucidez.

Confesso que não sou fã do seu trabalho mais recente - o seu cinema de autor, tal como as célebres Tripas à moda da sua terra natal, não é de digestão fácil e o Realizador centenário está ciente disso.
Manoel D'Oliveira, enquanto Realizador, não só teve de desbravar caminho como ainda teve de atravessar as malhas da censura; pelo que um cinema de consumo imediato não é uma das suas prioridades.

Pode-se, portanto, não se lhe levar a mal os planos XXL e os diálogos exasperantes, mas quanto a mim, nem toda a gente viverá tantos anos como o Realizador, pelo que alguns de nós temos que nos contentar com outras obras...

Dito isto, não posso deixar de lhe ficar grato pelo seu contributo inicial para a história cinematográfica nacional. O Porto e o Douro também lhe devem eterna gratidão, por os ter eternizado em pelicula, num retrato vívido dos anos 30-40.

Resta pois filmar a sua auto-biografia, um século de estórias, que nem sempre começam atrás de uma camera, mas também à frente dela e ao lado desse outro Grande Português, Vasco Santana - só isso já daria manchete, mas muitas mais tiveram lugar numa vida bem preenchida, como atleta campeão de Salto à Vara, piloto de automóveis ou homem de negócios.

Pegando nas suas palavras e dando-lhes um pequeno twist, o que assusta é descobrir que não vivemos todos uma vida tão preenchida e que valha tanto a pena ser vivída.