Passado o efeito anestésico da campanha satisfatória da Selecção Nacional no Mundial, e, acordado uma vez mais pelos abusos e desmandos que cá se passam, consigo finalmente pegar num assunto que tinha alinhavado desde à alguns meses, embora este já tenha deixado de ser noticia – a tentativa de abertura da sepultura do nosso primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques – malograda à ultima da hora, por mais uma aberração normativa de um Estado hiper-controlador, que num perfeito exemplo de idiotice e descoordenação, frustrou um ano de preliminares desse estudo pioneiro (apenas em Portugal, porque já tem “barbas” no resto do mundo desenvolvido); e ainda por cima admitindo a sua responsabilidade, não foi capaz de emendar o erro e deixar prosseguir a equipa de estudo…
De início, cuidei tratar-se de mais um episódio de incompetência administrativa; mas cada vez mais, penso tratar-se de uma decisão deliberada, de mais uma prepotência contra algo que é património de todos nós, sem boa razão alguma.
Cada vez mais, lamento os (bons) tempos idos d’O Fundador – quando apesar do Clero e do Feudalismo, da Peste, das Peitas, das Razias, do dever de Fossado, da fustigacão no Pelourinho, da Moirama e das lâmpadas a azeite, um homem ainda que socialmente desvalorizado, tinha sempre a possibilidade de se ver livre da autoridade num Couto de Homiziados…
Liberdade? Tentem dar o nome de Urraca a uma vossa filha (se não gostarem dela), e verão…
ok - não e o melhor exemplo, mas ficam com a ideia.
Acho que todos os Portugueses nutrem uma admiração especial pelo quintessêncial Português - El Rey Fundador, D. Afonso Henriques - Ibn Anrique (Filho de Henrique) para os Mouros. Até mesmo os Portugueses que não sabem quem foi o primeiro rei de Portugal...
Não interessa verdadeiramente se ele tinha 2 metros de altura, ou metro e meio, como o Simão Sabrosa, como alguns discutem; se partiu realmente a perna em Badajoz contra os Espanhóis, ou se simulou uma lesão e se atirou para o chão, à Cristiano Ronaldo; se bateu na Mãe deveras ou foi só um encosto à Figo no Van Bommel na Batalha de Nuremberg…
O que interessa mesmo, é que à imagem do mister Scolari, deu-nos uma nova fé (o Milagre de Ourique), venceu inúmeras batalhas e elevou-nos a um estado de auto-estima e de independência.
Pessoalmente, porem, eu não vejo mal algum em se saber mais sobre esse grande homem, a nível morfológico, genético, etc.
Entre os segredos que o seu tumulo deve esconder, o mais importante nunca chegaremos a descobrir: - se perante a situação actual de Portugal, ele não teria pensado duas vezes antes de nos separar de Espanha…