Como de costume, quando todos pensavam que o assunto tinha passado de moda, sem que tivesse sido chuleado e caseado aqui pelo corte & costura do IC, eis que vou recuperá-lo ao contentor da História com mais de seis semanas, ainda em razoável estado de comentação- embora, sem dúvida, fora de prazo.
Trata-se, obviamente, da sondagem épica sobre os "Grandes Portugueses", promovida inteligentemente pela RTP, à alguns meses.
Confesso que nem votei, nem até hoje consegui decidir-me, decididamente, por quem seriam os meus 3 eleitos, ou qual a sua ordem, na escolha.
Confesso também, que não dediquei muito tempo a essa missão honrosa, porém hercúlea, já que passo os dias mormente ocupado, com as mesquinhezes que os poortuguesinhos e os castelhaninhos meus contemporrâneos, promovem e possibilitam.
Estou convencido de que teria mais disponibilidade, se vivesse fora do país.
Mesmo assim, ainda dentro do mesmo ano, vou muito a tempo de fazer umas opinacões não solicitadas e completamente inúteis. Mas como isto é suposto ser um Blog (que nem a minha família visita), e porque está no contrato, aqui vai:
Diga-se o que se disser da iniciativa, e do seu inevitável resultado subjectivo, é bastante válida a tentativa de fazer um Top Glamour - tão ao gosto popular.
O primeiro aspecto, que acho simultaneamente imperial e delicioso, é haver poortugueses que conseguem escolher para a nobre lista dos maiores Portugueses, ESTRANGEIROS, que apesar de ligados a Portugal, nem nasceram nem foram nunca Portugueses – ex. D. Philippa de Lencastre – já para não falar de personagens míticas ou nebulosas, como por exemplo, “A Padeira de Aljubarrota”…
O segundo aspecto, é a aparente quasi-uninimidade das tendências de voto - tanto em eleger EL Rei-Fundador D. Afonso Henriques - como em defender, uns, desprezar, outros, o papel do antigo Presidente do Conselho, Dr. Oliveira Salazar.
Camões, ao seu estilo, parece vir logo atrás, mas Fernando Pessoa espreita de perto, com D. João II englobado, e muy bem, no pelotão da frente.
Bem, são escolhas, cada uma legitima, segundo o ponto de vista próprio, uns mais esclarecidos, outros mais míopes.
No fundo, na superfície e na opinião deste vosso humilde (mal pago) amanuense, não existe uma só escolha, uma só personalidade, um só Português ou uma só Portuguesa, que possa por si só, receber os louros, e as culpas, por vivermos todos neste país de fantasia, nesta pátria desditosa, agora de clima tropical.
É verdade que também me inclino para o primeiro rei de Portugal, porque sem ele e os seus seguidores, dificilmente teria havido Portugal; mas sem muitos outros, não se teria defendido, garantido, restaurado a independência; elevado o nome, a obra e a língua de Portugal – tarefa contínua, que exige esforço conjunto e desinteressado – e acima de tudo, ACÇÃO, muita acção… pelas causas justas, pelo progresso e contra a apatia e a tacanhez poortuguesinha - tão contraria ao exemplo dos Grandes Portugueses….
Ainda antes de encerrar este tema, e até se conhecerem os pseudo-resultados, tenho que referir com desaprovaçao, que ainda há pessoas que desconhecem que as figuras históricas devem ser vistas à luz da sua época…
De certo seria mais fácil eleger o Português contemporâneo de maior destaque, simplesmente por haver menor oferta de candidatos – apesar da maior e mais recente exposição de que beneficiam.
Assim de repente, o exemplo melhor do Poortugal recente, só pode ser essa figura paternal, que conseguiu feitos grandiosos, como unir os Portugueses; que conseguiu derrotar e expulsar novamente os Espanhóis; que ensinou aos Portugueses o Hino e o uso decorativo da Bandeira – esse grande treinador da Selecção das Quinas, de nome tão Português, Luís “Filipão” Scolari.
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